Psicóloga Betsy Benasayag | Dependência Química
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Dependência Química

Dependência Química

Escrito por Betsy Benasayag em artigos 03 abr 2015

A Dependência Química é um conjunto de fenômenos que envolvem o comportamento, a cognição e a fisiologia corporal conseqüente ao consumo repetido de uma substância psicoativa, associado ao forte desejo de usar esta substância, juntamente com dificuldade em controlar sua utilização persistente apesar das suas conseqüências danosas. Na dependência geralmente há prioridade ao uso da droga em detrimento de outras atividades e obrigações sócio-ocupacionais.

A tolerância é o primeiro critério relacionado à dependência. Tolerância é a necessidade de crescentes quantidades da substância para se atingir o efeito desejado ou, quando não se aumenta a dose, é entendida também como um efeito acentuadamente diminuído com o uso continuado da mesma quantidade da substância. O grau em que a tolerância se desenvolve varia imensamente entre as substâncias.

Existe um padrão de uso repetido da substância que geralmente resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo de consumo da droga. Um diagnóstico de Dependência de Substância pode ser aplicado a qualquer classe de substâncias. Os sintomas de dependência são similares entre as várias substâncias, variando na quantidade e gravidade de tais sintomas entre uma e outra droga. Os sintomas psíquicos e sociais decorrentes da dependência do fumo, por exemplo, são absolutamente menores do que aqueles da dependência ao álcool.

Chama-se “fissura” o forte impulso subjetivo ou compulsão incontrolável para usar a substância. Embora não seja especificamente relacionada como um critério, a “fissura” tende a ser experimentada pela maioria dos indivíduos com Dependência de Substância (se não por todos). A dependência é definida como um agrupamento de três ou mais dos sintomas relacionados adiante, ocorrendo a qualquer momento, no mesmo período de 12 meses.As atividades sociais, ocupacionais ou recreativas podem ser seriamente prejudicadas, abandonadas ou reduzidas em virtude da dependência ou uso bastante abusivo da substância, e o dependente pode afastar-se de atividades familiares a fim de usar a droga em segredo ou para passar mais tempo com amigos usuários da substância.

As primeiras experiências com drogas ocorrem, freqüentemente, na adolescência. Vários trabalhos, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS) têm evidenciado a precocidade da faixa etária do início do uso de drogas, geralmente dentro da adolescência, entre 10 e 19 anos.

Fisiologicamente, na adolescência as regras costumam ser questionadas e contestadas e, juntando-se o fato desta ser uma época de experimentações, surge um risco maior para o uso de drogas ilícitas, álcool e fumo. Todavia, felizmente, nem todas as pessoas que experimentam drogas se tornam dependentes, porém, quando ocorre, a dependência química é uma doença complexa, de tratamento longo e nem sempre eficaz.

Dados sobre o uso de drogas entre adolescentes no Brasil
Os adolescentes usuários e dependentes de drogas têm uma situação vivencial que pode ser comparada aos não dependentes da seguinte maneira:

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Percepção da pessoa sobre sua própria dependência
Quanto, exatamente, o dependente químico reconhece sua própria dependência? A autopercepção com relação à drogadição é alta, pois, respondendo questionários anônimos com franqueza, 87,5% dos dependentes reconhecem ser dependentes químicos e admitem precisar de ajuda, e 89,4% dos sem-dependência disse não ter problemas em relação ao uso de drogas ilícitas.

Talvez o fato comum dos dependentes externarem um discurso de não reconhecem ostensivamente sua própria dependência seja um mecanismo de defesa de pseudo-negação da angustiante penúria existencial em que se encontram.

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